Vimos anteriormente que
o discipulado de Jesus gera profundidade nele. O que vamos afirmar a
seguir é em decorrência dessa profundidade, maturidade, atuação de Jesus na
vida do seu discípulo.
Uma das coisas que o
discipulado de Jesus faz na vida do discípulo é promover cura em vários
sentidos. Vemos nos evangelhos que muitas foram as vezes em que Jesus curou
pessoas que, depois, tornaram-se seus discípulos (outros nem por isso). Em
vários momentos vemos que essas curas eram físicas, ou seja, todo o tipo de
doenças. Entretanto, em outros momentos a cura é espiritual, tal como foi com
a mulher do poço de Samaria, ou com Nicodemos (assim crê este autor). Outras
vezes a cura extrapola o físico e vai ao sobrenatural (não que as outras não
o sejam). Esta afirmação tem a ver com o facto de que Jesus ressuscitou algumas
pessoas – Lázaro, o filho da viúva de Naim e outros. São vários os tipos de
curas de Jesus!
Uma delas, a principal,
é a cura espiritual. Por cura espiritual este autor entende que seja a
salvação da pessoa por meio de Jesus e seus méritos diante de Deus. Este é
basicamente o tema central de todo o Novo Testamento, quiçá de toda a Bíblia
– o plano de Salvação da humanidade urdido pela Santa Trindade.
No discipulado de Jesus,
nem sempre essa cura ocorre no início. Algumas vezes sim, outras não. Jesus
leva em consideração a pessoa que está a discipular e o seu próprio tempo.
Tomemos como exemplo de uma cura rápida a do endemoninhado gadareno, que, tão
logo liberto, quis tornar-se um seguidor de Jesus. No momento do encontro ouve
cura espiritual (e outras também). Uma cura espiritual que aconteceu no
processo do discipulado de Jesus com essa pessoa, na opinião deste autor, foi
a de Nicodemos. É muito possível que este doutor da lei tenha ouvido Jesus
falar várias vezes. Ficou curioso e foi ter com Jesus à noite, como podemos
ver no relato do Evangelho de João. Ali, Jesus explicou-lhe o plano de
salvação de uma maneira que ele pudesse entender. Nicodemos desaparece e só
surge mais à frente a defender Jesus no capítulo 7 (v.50). Desaparece
novamente vindo a surgir no fim do relato de João (cap. 19), quando o vemos a
seguir o grupo que vai sepultar Jesus com um vultoso valor de especiarias para
serem usadas na preparação do corpo para o sepultamento. Este autor é levado
a crer que Nicodemos se converte nesse processo de discipulado um pouco
diferente que Jesus teve com ele. Não no início, mas no seu tempo.
Outra cura que Jesus
promove no seu discipulado é o perdão. O exemplo clássico para isso é o da
mulher apanhada em flagrante adultério, e levada à presença de Jesus para
ser morta por apedrejamento. O perdão de Jesus àquela mulher a curou em todas
as esferas da sua vida: salvou-lhe a vida, curou suas feridas emocionais,
restaurou sua dignidade, exerceu justiça frente à sua vergonha social.
Outro exemplo de cura no
discipulado de Jesus é a restauração. É bem claro que a restauração e
todos os outros tipos de curas estão muito interligados, muitas vezes
coexistindo. Entretanto este autor faz estas distinções mais por caráter de
aprendizado e destaque.
Um bom exemplo de
restauração é Zaqueu. Ele era um homem de moral bastante questionável. Era
conhecido pela sua desonestidade que, provavelmente, tinha raízes na sua
ganância. Ao encontrar-se com Jesus e passar com ele algumas horas, ao ser
discipulado por Jesus, foi curado da sua ganância, egoísmo. Prova disso é a
devolução de quatro vezes mais do que havia roubado a quem quer tivesse sido
sua vítima. E isso de maneira voluntária, sem ser coagido.
Por último, este autor
destaca a cura emocional. No discipulado de Jesus o ser humano é visto como um
todo, logo, suas emoções também são levadas em consideração. Um dos
exemplos que este autor vê como cura emocional é quando Jesus ressuscita
Lázaro. A cura de Lázaro não está aqui em questão, mas as das suas duas
irmãs, Marta e Maria.
As emoções destas duas
mulheres estão destruídas. Para piorar, Jesus não chega no tempo por elas
esperado. Percebe-se claramente isso na passagem de João, capítulo 11, pelas
reações das duas mulheres frente à chegada de Jesus. Ao ressuscitar Lázaro,
Jesus está a curar também Maria e Marta e suas emoções destruídas pela
morte, agora restauradas por Jesus e seu discipulado curador.
Muitos mais exemplos
poderiam ser dados, não apenas das Escrituras, mas dos livros que narram como
os discípulos de são curados de seus males, tanto do corpo quanto da alma, na
sua caminhada com Jesus.
Diné Lota
Diné Lota