Mateus 6:9
“Portanto”:
Esta palavra é uma
conjunção conclusiva. Mostra a consequência de acreditarmos que Deus tem o
melhor para os Seus filhos.
“Vós orareis assim”:
Jesus dá como adquirido
que os Seus discípulos oram até porque Ele também não teve ousadia de viver a
sua vida sem oração. Se não oramos, estamos a
achar que temos mais coragem do que Jesus.
Devemos saber, também, que nós não
oramos apenas quando a nossa vida estiver em condições. Nós oramos para que
Deus nos coloque em condições.
Este é um enorme desafio,
pois se passarmos mais tempo a falar com Deus, saberemos abençoar melhor as
pessoas que estão ao nosso lado.
“Pai nosso”:
2 aspectos importantes
nestas 2 palavras:
1.Filiação - Deus é o nosso Pai.
É uma enorme bênção
chamarmos “Pai” ao nosso Deus e sermos tratados como Seus filhos.
No AT, a paternidade de
Deus parece que não é encarada da mesma forma como no NT. Os judeus exaltavam
os atributos de Deus como a Sua soberania, a Sua glória, a Sua graça e por aí
em diante. Não tão pessoal salvo raras excepções.
Jesus, ao falar para os
judeus, trouxe-lhes uma nova ênfase sobre a paternidade de Deus ao dizer “Pai
nosso” mostrando que Ele está perto de nós.
Acima de tudo, devemos
valorizar a paternidade de Deus porque todos nascemos como inimigos de Deus
devido ao nosso pecado. Nós não somos, por natureza, filhos de Deus. Nós somos,
sim, filhos da ira de Deus (Efésios 2:3).
Contudo, mesmo sendo
Seus inimigos, Deus mostrou todo o Seu amor ao enviar o Seu único filho para
pagar o preço do nosso resgate para recebermos de volta já não como Seus
inimigos, mas sim como seus filhos.
Deus abandonou o Seu
filho na Cruz para ser nosso Pai, para que nunca nos abandonasse.
2. “Nosso”
Jesus ao assumir que
todos os discípulos deviam orar, ao mesmo tempo, assume também que deviam orar
em comunidade.
A oração comunitária é
fundamental para a vitalidade da Igreja pois mostra-nos claramente que a Igreja
não é nossa.
“Que estás nos céus”:
Antes, vimos a
proximidade de Deus com o Seu povo e aqui parece que vemos a Sua distância:
Deus está nos céus e nós na terra.
Vemos então a imanência
de Deus (a sua manifestação na criação) e a Sua transcendência (está nos céus,
acima de tudo e é independente do mundo).
A oração do “Pai nosso”
começa com a exaltação de Deus.
Será que as nossas
orações começam com uma invocação “Senhor Deus e nosso Pai” e logo a seguir
começamos a agradecer as bênçãos de Deus?
Pode parecer normal,
contudo, normalmente, não há um momento de exaltação pela Sua grandeza.
Qual a importância da
exaltação na oração tal como vemos neste versículo?
1.Quando reconhecemos a
grandeza de Deus, logo no início da oração, colocamo-nos no devido sítio, como
também percebemos que as bênçãos que recebemos não são devido aos nossos
méritos, mas sim à enorme bondade de Deus para connosco.
2.Quando reconhecemos a
grandeza de Deus, entendemos que temos que confessar os nossos pecados porque
Deus é santo e todo o nosso pecado é uma ofensa contra Ele.
3.Quando reconhecemos a
grandeza de Deus ao pedirmos alguma coisa, já não vamos com o sentido de
exigência. Vamos, sim, com uma atitude de gratidão porque reconhecemos que Deus
é bom pois sabe dar ou retirar o que é melhor para a vida dos Seus filhos. Além
disso, podemos agradecer a Deus porque em Cristo já recebemos sempre mais do
que merecemos.
“Santificado seja o teu nome”:
Em Isaías 6 vemos que
“Deus é Santo, Santo, Santo”: grau máximo de santidade. Não podemos fazer nada
para aumentar ou diminuir a santidade de Deus porque o Seu ser é santo.
Algo contrário ao nosso
ser porque vivemos, até ao fim da nossa vida, num processo de santificação
sabendo que este processo só terminará quando estivermos juntos a Deus.
A
melhor tradução, para mim, deste versículo seria: “que o teu nome seja tratado
como santo”.
Na oração do “Pai nosso”
esta é a primeira petição que devemos fazer e é uma petição muito forte: um
pedido para que o nosso viver glorifique o nome santo de Deus.
Fica o desafio: Que ao
olharem para a forma como vivemos a nossa vida possam perguntar a razão pela
qual somos diferentes. Que Deus seja sempre glorificado pois o importante é que
“Ele cresça e eu diminua”.
Jónatas Lopes
Jónatas Lopes