“Assim como tu me
enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.” (Jo.17:18)
Estou convencido que o
problema principal do cristianismo de hoje, na área de missões, é a falta de
conhecimento e zelo por quem somos enviados em missão ao mundo. Vários problemas
têm sido identificados, tais como a falta de entendimento de qual a missão da
Igreja, falta de cultura de discipulado nas nossas comunidades cristãs ou uma
débil visão da liderança em relação à missão do Povo de Deus.
Esses são problemas
reais e é inegável que somos atormentados por eles, porém considero que são
apenas os sintomas exteriores de um mal maior, o problema maior é a falta de
conhecimento e zelo pelo Senhor.
Não digo que,
necessariamente, a maioria dos cristãos não sabe a resposta; a maioria iria
responder corretamente que somos enviados por Deus ou por Jesus Cristo à
pergunta “Por quem somos enviados?”, mas isso não alteraria nada nas suas
vidas, e aí está o verdadeiro problema “patológico”. Quando os nossos corações
não conhecem o Deus que está nas nossas bocas eles não estarão inflamados
para viver e proclamar a glória de Deus ao mundo.
É por isso que volto à
grande questão: Por Quem somos enviados?
Somos enviados por Deus
o qual enviou uma Pessoa, Jesus Cristo e deixou-nos um Livro, a Bíblia onde Ele
revela-se juntamente com o Seu plano de dimensões cósmicas.
A nossa mente não pode
ser aprisionada apenas à nossa esfera de visão, que muitas vezes não vai
além de nós mesmos. Temos de entender e maravilharmo-nos por quem somos
enviados em missão e que essa missão faz parte de um plano com proporções que
vai além de nós.
Necessitamos
urgentemente de ler, meditar e encontrar mais a Cristo nas nossas Bíblias e de
falar mais sobre Ele nos nossos sermões, ELE deve ser a nossa mais profunda
motivação.
Desde o princípio, que
o Homem foi “enviado” ao planeta terra para ser o portador da imagem de Deus,
ou seja, ser o representante de Deus diante de toda a criação. No entanto, o
pecado desvirtuou a imagem de Deus no Homem, essa imagem somente pode ser
completamente restaurada em Jesus Cristo.
O essencial para a
motivação na missão do povo de Deus não é escrever uma definição sobre
quem é Jesus, nem somente entender quem ELE é, mas sim desejá-lo e “arder”
em profunda admiração e amor por “Ele, que é o resplendor da glória e a
expressão exata” de Deus e Aquele que sustenta todas as coisas pela palavra do
Seu poder (Heb.1:3).
Ver Jesus Cristo é ver
a glória de Deus, e é essa glória que deve mover-nos no envio, mais do que
qualquer outra coisa. É essa glória que deve ser espalhada e restaurada em toda
a criação, essa é a nossa missão.
Estou de acordo com Tom
Wells quando afirma que “a maior motivação para a ação missionária é tornar
Deus conhecido e levar todos os homens a adorá-lo”. Mas também abraço em
absoluto o pensamento de John Piper, quando ele afirma que “missões não são
o alvo final da Igreja. A adoração é...Porque Deus é o propósito final,
não o homem.”
Como podemos cumprir a
missão de tornar Deus conhecido se nós mesmos não conhecemos Aquele que nos
enviou e como levar todos os homens à adoração, se os nossos corações não
“correm” para adorá-lo.
O que vemos em João
17:18, é a ação dinamizadora de envio, que começa em Deus por meio de uma
Pessoa, Jesus Cristo e que, incrivelmente, se estende por meio de nós como
parte do plano de restauração da imagem de Deus no Homem e como meio de
tornar a Sua glória conhecida por meio do Evangelho de Jesus Cristo.
O Evangelho revela-nos,
em Jesus Cristo, a perfeita imagem da glória de Deus, abraçar a Jesus Cristo
por meio da fé é o que nos torna discípulos ousados para fazer discípulos
à Sua imagem para manifestar em toda a criação a glória de Deus.
Façamos uma pausa para não sermos movidos por um impulso ativista, nem pelo desejo de "mostrar serviço", nem por qualquer outra coisa além de meditar que somos enviados por Alguém Maior para algo Muito Maior. Isso é ser verdadeiramente discípulo de Cristo e estaremos, desta forma, profundamente envolvidos na missão de Deus.
Tiago Bugalho
Façamos uma pausa para não sermos movidos por um impulso ativista, nem pelo desejo de "mostrar serviço", nem por qualquer outra coisa além de meditar que somos enviados por Alguém Maior para algo Muito Maior. Isso é ser verdadeiramente discípulo de Cristo e estaremos, desta forma, profundamente envolvidos na missão de Deus.
Tiago Bugalho