terça-feira, 18 de setembro de 2018

Não chores - Daniel Lopes

Logo que a viu, o Senhor se encheu de compaixão por ela e disse-lhe: Não chores”. Lucas 7.13

Quase que consigo visualizar a cena.

Estamos na porta de Naim. Naim é uma cidade pouco conhecida, mencionada apenas nesta passagem em toda a Bíblia. Comentaristas dizem que nas proximidades dessa localidade, no lado oriental, há várias cavernas antigas que antes eram usadas como sepulcros. Arqueólogos atestam que o caminho que conduz àquela localização era o mesmo que conduzia os habitantes até ao cemitério. É ali que se vai dar um encontro memorável.

O trânsito estava congestionado. De Cafarnaum chegava Jesus. Junto com Ele estavam os seus discípulos e uma multidão que os acompanhavam. Da cidade vinha um cortejo fúnebre também com uma grande multidão. Destaca-se uma mulher. Viúva. Banhada em lágrimas, caminhava para o cemitério onde, em breve, iria se despedir do seu único filho.

Naim ficava a 50 km de Cafarnaum. Se andarmos a 4 km por hora, falamos de uma viagem de 12h30! Quem pontaria. O grupo de Jesus logo tinha que chegar à hora em que saía o funeral. Estou certo que a multidão que viajava com Jesus parou em silêncio. Se tivessem vindo mais devagar não tinham que estar à espera, se tivessem vindo mais rápido já tinha passado o cortejo. Tinham que chegar logo naquela hora… mas aquela era a hora certa!

Jesus não vai ficar de lado com a cabeça baixa. Ele olha para a mulher. Ele vê-a. Ele sente compaixão. Jesus foi levado para as profundezas do seu coração. Não há palavra mais forte na língua grega de simpatia e nos evangelhos do que o termo usado para descrever o que Jesus sentia.

Olhando para o verso 13, vemos Jesus a caminhar em direção àquela mulher viúva, inconsolável com lágrimas nos olhos e a dizer-lhe: “Não chores.” Jesus não está a dizer para a mulher ignorar a sua dor. Ele estava ali para a confortar. Aquela mulher estava rodeada de uma multidão mas estava desamparada. Apenas Jesus a poderia verdadeiramente consolar. Provavelmente, ela já devia ter ouvido várias palavras de consolo mas apenas Jesus conseguiria fazer por ela o que Ele vai fazer a seguir.

Jesus levantou a mão e coloca-a sobre o caixão/esquife. Aquilo era tão estranho que as pessoas que transportavam o defunto pararam. E foi então que Jesus falou com o morto: “Jovem, levanta-te!” Jesus não diz para ele ressuscitar, nem lhe diz para tornar a viver. Jesus apenas diz “levanta-te,” como se estivesse a dormir. E o jovem sentou-se e começou a falar!

Conseguem imaginar? Um grande temor veio sobre todos. O morto estava vivo.

Alguém venceu a morte; alguém transformou choro e lamento em temor e espanto. Esse alguém era Jesus! O mesmo Jesus que um dia, de acordo com Apocalipse 21.4, enxugará toda a lágrima dos olhos do Seu povo. Então, naquele dia, não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor.

Jesus venceu a morte! Jesus vence a morte! Jesus vencerá a morte!

Que consolo terá sido para aquela mulher o que Jesus fez naquele dia. Que experiência a dela.

Que consolo será para nós, que temos fé, o que Jesus fará. Que alegria é pensar que, tal como aquela mulher, nós não estamos fadados a chorar! 

Daniel Lopes