“Logo que a viu, o
Senhor se encheu de compaixão por ela e disse-lhe: Não chores”. Lucas 7.13
Quase que consigo
visualizar a cena.
Estamos na porta de
Naim. Naim é uma cidade pouco conhecida, mencionada apenas nesta passagem em toda
a Bíblia. Comentaristas dizem que nas proximidades dessa localidade, no lado
oriental, há várias cavernas antigas que antes eram usadas como sepulcros.
Arqueólogos atestam que o caminho que conduz àquela localização era o mesmo que
conduzia os habitantes até ao cemitério. É ali que se vai dar um encontro
memorável.
O trânsito estava
congestionado. De Cafarnaum chegava Jesus. Junto com Ele estavam os seus
discípulos e uma multidão que os acompanhavam. Da cidade vinha um cortejo
fúnebre também com uma grande multidão. Destaca-se uma mulher. Viúva. Banhada
em lágrimas, caminhava para o cemitério onde, em breve, iria se despedir do seu
único filho.
Naim ficava a 50 km de
Cafarnaum. Se andarmos a 4 km por hora, falamos de uma viagem de 12h30! Quem
pontaria. O grupo de Jesus logo tinha que chegar à hora em que saía o funeral.
Estou certo que a multidão que viajava com Jesus parou em silêncio. Se tivessem
vindo mais devagar não tinham que estar à espera, se tivessem vindo mais rápido
já tinha passado o cortejo. Tinham que chegar logo naquela hora… mas aquela era
a hora certa!
Jesus não vai ficar de
lado com a cabeça baixa. Ele olha para a mulher. Ele vê-a. Ele sente compaixão.
Jesus foi levado para as profundezas do seu coração. Não há palavra mais forte
na língua grega de simpatia e nos evangelhos do que o termo usado para
descrever o que Jesus sentia.
Olhando para o verso 13,
vemos Jesus a caminhar em direção àquela mulher viúva, inconsolável com
lágrimas nos olhos e a dizer-lhe: “Não chores.” Jesus não está a dizer para a
mulher ignorar a sua dor. Ele estava ali para a confortar. Aquela mulher estava
rodeada de uma multidão mas estava desamparada. Apenas Jesus a poderia
verdadeiramente consolar. Provavelmente, ela já devia ter ouvido várias
palavras de consolo mas apenas Jesus conseguiria fazer por ela o que Ele vai
fazer a seguir.
Jesus levantou a mão e
coloca-a sobre o caixão/esquife. Aquilo era tão estranho que as pessoas que
transportavam o defunto pararam. E foi então que Jesus falou com o morto:
“Jovem, levanta-te!” Jesus não diz para ele ressuscitar, nem lhe diz para
tornar a viver. Jesus apenas diz “levanta-te,” como se estivesse a dormir. E o
jovem sentou-se e começou a falar!
Conseguem imaginar? Um
grande temor veio sobre todos. O morto estava vivo.
Alguém venceu a morte;
alguém transformou choro e lamento em temor e espanto. Esse alguém era Jesus! O
mesmo Jesus que um dia, de acordo com Apocalipse 21.4, enxugará toda a lágrima
dos olhos do Seu povo. Então, naquele dia, não haverá mais morte, nem pranto,
nem lamento, nem dor.
Jesus venceu a morte!
Jesus vence a morte! Jesus vencerá a morte!
Que consolo terá sido
para aquela mulher o que Jesus fez naquele dia. Que experiência a dela.
Que consolo será para
nós, que temos fé, o que Jesus fará. Que alegria é pensar que, tal como aquela
mulher, nós não estamos fadados a chorar!
Daniel Lopes
Daniel Lopes