terça-feira, 18 de setembro de 2018

O Reino de Deus nas Parábolas de Jesus – O Grande Banquete - Alberto Carneiro

A parábola do grande banquete (Lucas 14:15-24) é um texto merecedor de muita atenção pela forma como Jesus expõe a incredulidade dos judeus e a constatação da sua “substituição” por elementos de todos os outros povos. É um ensino duro para as pessoas de raça judaica, que se considerando o povo escolhido, não aceitam de bom grado que um dos seus tenha ensinado que eles serão preteridos a favor de outros que não têm a mesma conotação de “Povo Escolhido”.

A história é simples e conta-se em poucas palavras. Um homem (certamente rico) convida os seus conterrâneos para um grande banquete. Quando os servos os vão chamar para a festa, uns de uma maneira e outros de outra, recusam estar presentes. Todos tinham outros afazeres a que davam prioridade. Perante tal atitude, e porque o banquete estava preparado e a despesa estava feita, o senhor resolver convidar tudo quanto era pobre, moribundo, desprezado, pessoa sem valor social, desprotegido. Fosse qual fosse a sua condição, devia ser forçado a entrar.

Quando o povo judeu recusou a Jesus, os seus ensinos, as suas práticas, a sua conduta e ministério, o povo colocou-se na posição dos primeiros descritos nesta parábola. Por uma razão ou por outra, desprezaram o convite para o banquete do Reino. Tinham outros interesses, outras prioridades, outros afazeres mais urgentes do que dar valor e importância à presença do Filho de DEUS e à Sua palavra. João vai caracterizar muito bem esta postura em João 1:11[1] e condená-la de forma clara. O povo judeu continuou na sua religiosidade, na sua forma de sociedade, na sua lei vigente que era deturpada e não beneficiava as pessoas, mas apenas servia para cumprir ritos religiosos e nada mais.

Jesus chora esta atitude[2] lamentando a incredulidade do povo e a falta de compreensão das escrituras que testemunhavam dele, do seu ministério e obra salvífica; mas os seus não o receberam e desprezando-O, o mataram.

Existem então os outros, os que foram tocados pela graça de DEUS; não o merecendo, foram chamados à mesa do Rei, para estar com Ele e celebrar as bodas do Cordeiro, fazendo parte da Sua Igreja, a Noiva de Cristo, que embora constituída por pessoas de várias origens, raças e povos, línguas e nações, se congrega para ser o Povo de DEUS, salvo para gozar a eternidade com Ele, na Sua glória, usufruindo da Sua presença constante, recebendo benefícios imerecidos, mas dados de forma gratuita e só possível pela bondade e misericórdia do Senhor.

O amor imerecido que DEUS dá faz toda a diferença na vida daqueles que estão à mesa com Ele. A forma como gozaremos a Sua presença no futuro é algo inimaginável para nós hoje. A Sua grandeza incomensurável será revelada aos nossos olhos num futuro próximo, futuro risonho de esperança e felicidade, porque fazemos parte da família de DEUS e somos herdeiros da Sua bondade e misericórdia. Não a rejeitemos nem menosprezemos porque ela é de grande valor. 

Alberto Carneiro



[1] “Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam”.
[2] Lucas 19:41-43 e Mateus 23:37-39.