A parábola do grande
banquete (Lucas 14:15-24) é um texto merecedor de muita atenção pela forma
como Jesus expõe a incredulidade dos judeus e a constatação da sua “substituição”
por elementos de todos os outros povos. É um ensino duro para as pessoas de
raça judaica, que se considerando o povo escolhido, não aceitam de bom grado
que um dos seus tenha ensinado que eles serão preteridos a favor de outros que
não têm a mesma conotação de “Povo Escolhido”.
A história é simples e
conta-se em poucas palavras. Um homem (certamente rico) convida os seus
conterrâneos para um grande banquete. Quando os servos os vão chamar para a
festa, uns de uma maneira e outros de outra, recusam estar presentes. Todos
tinham outros afazeres a que davam prioridade. Perante tal atitude, e porque o
banquete estava preparado e a despesa estava feita, o senhor resolver convidar
tudo quanto era pobre, moribundo, desprezado, pessoa sem valor social,
desprotegido. Fosse qual fosse a sua condição, devia ser forçado a entrar.
Quando o povo judeu
recusou a Jesus, os seus ensinos, as suas práticas, a sua conduta e
ministério, o povo colocou-se na posição dos primeiros descritos nesta
parábola. Por uma razão ou por outra, desprezaram o convite para o banquete
do Reino. Tinham outros interesses, outras prioridades, outros afazeres mais
urgentes do que dar valor e importância à presença do Filho de DEUS e à Sua
palavra. João vai caracterizar muito bem esta postura em João 1:11[1]
e condená-la de forma clara. O povo judeu continuou na sua religiosidade, na
sua forma de sociedade, na sua lei vigente que era deturpada e não beneficiava
as pessoas, mas apenas servia para cumprir ritos religiosos e nada mais.
Jesus chora esta atitude[2]
lamentando a incredulidade do povo e a falta de compreensão das escrituras que
testemunhavam dele, do seu ministério e obra salvífica; mas os seus não o
receberam e desprezando-O, o mataram.
Existem então os
outros, os que foram tocados pela graça de DEUS; não o merecendo, foram chamados
à mesa do Rei, para estar com Ele e celebrar as bodas do Cordeiro, fazendo
parte da Sua Igreja, a Noiva de Cristo, que embora constituída por pessoas de
várias origens, raças e povos, línguas e nações, se congrega para ser o
Povo de DEUS, salvo para gozar a eternidade com Ele, na Sua glória, usufruindo
da Sua presença constante, recebendo benefícios imerecidos, mas dados de forma
gratuita e só possível pela bondade e misericórdia do Senhor.
O amor imerecido que
DEUS dá faz toda a diferença na vida daqueles que estão à mesa com Ele. A
forma como gozaremos a Sua presença no futuro é algo inimaginável para nós
hoje. A Sua grandeza incomensurável será revelada aos nossos olhos num futuro
próximo, futuro risonho de esperança e felicidade, porque fazemos parte da
família de DEUS e somos herdeiros da Sua bondade e misericórdia. Não a
rejeitemos nem menosprezemos porque ela é de grande valor.
Alberto Carneiro
Alberto Carneiro